quinta-feira, janeiro 08, 2015

O mundo da tolerância...

Hoje não sou Charlie! Porque Charlie tinha mais piada que eu... Porque Charlie tinha mais coragem que eu... Porque Charlie morreu e eu estou vivo... E é por não ser Charlie e estar vivo que estou aqui a escrever sobre este Charlie e todos os Charlies que já morreram por extremismos, sejam eles de que credo, nacionalidade ou afiliação forem... Tenho pavor aos "ismos"! Sinto que são redutores, constritores... Sinto que albergam conotações, derivações, explosões, implosões! A História do Mundo está repleta de ódios, guerras, por esta e aquela razão, este ou aquele motivo. Se bem que motivo não deveria haver nenhum. Eu hoje não sou Charlie. Hoje sou Cristo, sou Maomé, sou Buda, sou todos os Deuses que existem e os que não existem (como diriam os ateus). Sou apenas um homem que se choca com o que aconteceu ontem, como se choca com o que acontece em todas partes do mundo onde alguém morre por todas as razões e por razão nenhuma. Nem ouro, nem petróleo, nem diamantes, nada... O bem mais precioso que o ser humano alguma vez terá, será sempre e sempre a Vida. Nada a substitui! Nem a morte daqueles que ontem a desprezaram... Olho por olho e toda a gente ficará cega! Eles que buscam a morte, já estão mortos por dentro. Porque a Vida é justamente a celebração dela mesma. E isso não é preciso que a religião nos diga. O bebé que nasce, nasce sem crenças, mas nasce com Vida. Nasce, chora, ri, aprende... E aprende a viver... Desde tempos imemoriais, antes de qualquer Deus na Terra, o Homem aprendeu a viver! E nestes tempos em que todos parecemos ter esquecido isso, convém sempre lembrar. Todos os dias... Hoje não sou Charlie, deverei ser todos os dias, mas hoje não. Porque Charlie está morto, e eu tenho de viver por ele...

Assim vai o mundo...

1 comentário:

Ana Andrade disse...

É tão estranho o extremo que alcançam as crenças, e como é assustador esse extremo…
Como é possível que a crença num Deus - tenha esse Deus que nome tiver, supostamente algo bom, digo eu - se transforme numa barbaridade destas… pois é, o ser humano é um bicho estranho… muito difícil de entender. Onde fica a liberdade de expressão? Não fica, porque para estes extremistas por e simplesmente não há liberdade de expressão, há apenas e só a crença, e dizem eles que matam em nome de Deus. Enfim… triste e lamentável…

Ana Andrade